Ricardo Lopes
Fé inabalável só é a que pode encarar a razão faze a faze em todas as épocas da humanidade.
Textos
A AVENTURA
                                              A AVENTURA


Os três aventureiros começam a descer ladeira abaixo rumo ao misterioso.  Bernadete estava com os cabelos presos, usava uma camiseta sem mangas, shorts e um tênis surrado, Aranha como sempre todo descabelado uma camisa velha, shorts e tênis velhos. Já Luís Augusto parecia mais que iria a missa, estava de calça comprida, camisa de manga longa e também estava de tênis sem esquecer que os dois carregavam as suas famosas bolsinhas de caça, que era um bom motivo para Bernadete ir rindo deles.
Bem próximos da casa, os dois apostaram a ultima tentativa de evitar a ida deles ao perigo, más não deu certo quando tentaram justificar a possível desistência alegando que já estava tarde. Bernadete em tom de zombaria rebateu meninos do que vocês tem medo, vocês estão muito bem protegidos com as suas armas de caça. Os dois deram uma risada meio sem graça e nada falaram continuaram descendo, chegando ao portão da casa tudo estava muito calmo, como o normal para uma casa abandonada. Bernadete sem medo nenhum foi pulando o portão e partindo para dentro, e gritou vocês vem o não vêm? Os dois olharam para ela e pediram para ela fazer silêncio dizendo: e se tiver alguém lá dentro? Falaram. E depois um olhou para o outro e como se fossem dois investigadores experiente disseram, essa menina não entende nada de investigação. Chamaram-na e disseram, não e só porque você tem coragem, que deve fazer o que quiser e como quiser. E pensar que não tenha nenhum perigo,  escute bem o que vou dizer, disse Aranha, eu entendo de investigação então vamos fazer da minha maneira ou eu vou embora entendeu? Tá bom ela respondeu, mas não vamos demorar uma eternidade aqui não é! Eles continuaram primeiro olharam por fora da casa, tudo só estava abandonado até então, não tinha nada de mais, até que chegaram ao fim do quintal que da divisa para a mata, eles avistaram um monte de terra entulhada e revirada como se alguém tivesse cavado ali. Eles se olharam assustados e pensaram quem será que fez isso, chegaram mais perto do buraco e viram para surpresa dos três aventureiros um pedaço grande de osso, que na hora supuseram ser de gente. Automaticamente Bernadete e Aranha deram um passo para trás e surpreendentemente, Luís abaixa e tira o osso do buraco, os dois que se afastaram pediram para ele devolver o osso no buraco, mas ele não deu ouvido e ficou examinando o osso como se fosse um perito criminal. E para desespero dos dois, Luís constatou que era osso de gente, como você sabe disso? Perguntou Bernadete: porque eu adoro aula de ciências e estudei o esqueleto humano e lembro bem que quando fomos ao museu,  o professor nos mostrou o esqueleto que tinha lá, você não lembra Aranha?- Sim me lembro do esqueleto, más não sei se é igual a esse para mim são todos iguais.
Ele colocou o osso dentro, de outra bolsa maior que levava, sobre olhares de discórdia dos outros dois, e falou vamos ver se encontramos mais e começaram a procurar, mas não encontram mais nada de ossos. Só que Aranha encontrou um pouco mais para o lado, alguns pedaços de vela e uma lança que parecia ser arrancada de um portão e também uma caixa de madeira fechada com chave, tudo isso em cima de um pano branco que forrava o chão de terra. A coisa estava ficando assustadora pensaram os três: Bernadete tomou à dianteira e falou meninos o negocio e o seguinte: temos duas opções ou vamos embora logo daqui e deixamos tudo isso para trás, ou investigamos isso de uma vez o que vocês querem fazer? Perguntou ela, ficaram em silêncio um pouco e logo os três concordaram em continuar a investigar. Bernadete disse para tentar diminuir um pouco o medo de todos, isso deve ser coisa das outras crianças do bairro de cima que estão tentando nos assustar, é deve ser isso mesmo disse Aranha, más não estamos com medo não. Vamos descobrir tudo o que esta acontecendo, e olhou para o Luís e disse pode jogar fora este osso ai que deve ser de algum boi. Com certeza os meninos pegaram no açougue, uma vez eu peguei igual para dar pro Leão o meu cachorro, lembrou na hora, que poderia ter sido uma boa ideia ter trazido o cachorro, Luís não jogou o osso como também guardou a caixa e a ponta da lança que arrancou.
Depois dessas últimas descobertas, nada mais encontraram no quintal e já estavam até mais a vontade na casa. Tão a vontade que um tentava assustar o outro de brincadeira, só que estava começando a escurecer e eles ainda não tinham entrado na casa então Bernadete falou meninos vamos entrar na casa agora? Os dois se olharam, e corajosamente responderam por que não- Ela falou e que esta começando a escurecer será que ainda dá tempo? Sim eles responderam, e perguntaram por acaso você está com medo Bernadete? Ela respondeu, eu não estou com medo. Mas vamos logo se não será difícil para enxergar, não se preocupe disse Luís eu trouxe uma lanterna que é do meu Avô.  Apesar de tudo estar abandonado as portas e janelas do andar de baixo estavam trancadas e claro que dava para ver para dentro porque tinha partes das janelas que estavam faltando, más estranhamente às janelas do andar de cima estavam abertas. Os três deram a volta por detrás da casa e resolveram entrar pela porta da cozinha. O talentoso Aranha tinha visto uma vez seu pai abrir a porta da cozinha de sua casa, colocando um jornal no chão que passasse por debaixo da porta, más que sobrasse uma ponta para puxar de volta e empurrando com um palito a chave que estava na fechadura, á mesma caia no jornal e era só puxar para ter a chave nas mãos. Ele fez o mesmo e logo tinha a chave na mão, que só foi colocar na fechadura girar e pronto à porta estava aberto. Ele se sentiu o maioral! Quando conseguiu abrir a porta, os três olharam antes de entrarem e viram que estava tudo muito bagunçado e empoeirado, havia ainda na casa alguns moveis que estava coberto com lençóis brancos iguaizinhos a filme de terror. Entraram no interior da casa bem devagarzinho e em silêncio, podia se ouvir o vento soprando e batendo as janelas do andar de cima, isto não trouxe muito medo por que eles sabiam que as janelas estavam abertas. Mas o que deixou os três em pânico foi quando uma rajada de vento passou por eles e fechou a porta por onde eles tinham entrado. Os três deram um pulo gritaram e se abraçaram de tanto medo, correram para a porta, más a fechadura se trancou e eles não conseguiram abrir a porta. Aranha foi tentar usar a mesma técnica, más não encontrou folha de  jornal ali embaixo, e a qual usou tinha deixado pelo lado de fora. Só tinha uma maneira, teriam que subir no andar de cima e procurar jornal ou algo que servisse. A pergunta foi quem subiria? Não chegaram a um entendimento, então subiram os três juntos, neste momento começaram a ouvir barulhos de trovões e o vento havia aumentado. Eles então apressaram o passo e subiram, lá dava para ver através das janelas abertas que o tempo tinha fechado. E uma grande chuva estava a caminho, deixaram a vista de lado e começaram a procurar por um pedaço de jornal que servisse para abrir a porta, por incrível que parecesse não encontraram nada. De repente o tempo se fechou de vez, tudo escureceu e uma chuva forte despencou do céu. Luís acendeu a lanterna que trouxe na bolsa, mas muito pouco clareava, Bernadete deu o maior grito ela tinha se assustado com um passarinho, que tinha entrado para seu ninho que ficava no lado de dentro da casa. Os três não sabiam mais o que fazer o medo já tinha tomado conta deles, e queriam voltar para casa, mas como? Se a porta estava fechada. Aranha então disse vamos descer e tentar quebrar uma das janelas e sair por ela, todos concordaram e começaram a descer a escada. De repente, ouviu-se um estrondo forte de trovão e em seguida, de dentro da casa no andar de cima, ou melhor, no sótão ouve-se um barulho muito forte como se algo estivesse caído. Eles se assustaram desceram correndo a escada, e nisso Bernadete no último andar tropeça e cai de joelhos no chão e se machuca a ponto de não conseguir se levantar os dois voltou para ajuda-la, e ela começou a chorar de dor e de medo.
Os dois tentaram acalmá-la, mas não conseguiram ela estava com muita dor e com muito medo,  eles não sabiam o que fazer, Aranha deu a ideia de, ele ou o Luís sair da casa e ir buscar ajuda, não deu certo ninguém queria se separar. Então concordaram de ficar ali juntos até que alguém os encontrasse, voltou a fazer barulho no andar de cima. Aranha lembrou a eles da historia da família de Bartolomeu que morou na casa, e que lá em cima no sótão era o ateliê da mulher dele que tinha ficado louca, e matado os filhos em um acidente de carro, e todo se lembraram das aparições de Bartolomeu vagando pela casa. Com a lembrança das estórias que eram contadas pelos mais velhos e o motivo que os levou até ali, que foi justamente de Aranha ter visto um vulto e uma vela dentro da casa quando veio roubar jabuticabas. E para aumentar o desespero Luís, retira a caixa que tinham achado no chão e com muita força consegue abri-la, e para surpresa dos três, o que encontram e a foto da família toda que morou ali. Ainda mais desesperados imaginado ser os fantasma deles, que estavam ali na casa, querendo que eles fossem embora. O Aranha começar a lembrar das orações que fazia com a mãe e pediu para os amigos  começassem a rezar, e ele falava em voz alta, para que eles os fantasmas não fazer nada a eles, eles não estavam fazendo nada demais só estavam brincando, e que assim que a chuva parasse e alguém viesse busca-los eles iriam embora.
Depois de mais de uma hora de sofrimento, ouvem gritos vindos da rua eles olham para fora e veem pessoas com lanternas nas mãos, logo concluíram que eram seus pais que estavam procurando por eles. Aranha  conseguiu ver seu pai junto das pessoas e começou a gritar, em seguida Bernadete e Luís também começam a gritar até que as pessoas conseguiram ouvi-los e entraram para busca-los. Alguns dias depois de passarem pelos castigos determinados pelos pais, se encontraram de novo na escola, Bernadete mesmo ainda com o pé enfaixado foi à escola. Mesmo depois do susto que passaram naquele dia e de se borrarem de medo dentro da casa, foram aclamados no intervalo pelos amigos, querendo saber o que tinham acontecido lá. A estória que contaram foi que tiveram uma grande aventura. E disseram que realmente existem fantasmas na casa, e não era para ninguém ir lá, por que eles ouviram do fantasma da mulher do seu Bartolomeu. Que era para deixar a família dela em paz, que quem fosse lá nunca mais iria conseguir sair. Mas os três disseram que iriam voltar lá, por que sabiam como lidar com a situação e tinham mistérios ainda para desvendar e todos os outros meninos os contemplaram como verdadeiros heróis.




Antonio Ricardo Lopes
Enviado por Antonio Ricardo Lopes em 24/03/2013
Alterado em 13/10/2013
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